segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Periodização Táctica - Aplicação no Basquetebol

Infelizmente o tempo não tem sido muito, ou melhor nenhum, mas finalmente acrescentei um documento que queria à minha biblioteca, após confirmar a autorização do autor, o qual espero ter a dialogar neste post dentro em breve.
A monografia agora disponível para download, procura, entre outras coisas efectuar uma ligação entre a periodização táctica, (periodização essa trazida à ribalta pelo futebol, entre outros por José Mourinho) e o basquetebol.
Apesar de achar que a periodização táctica não é uma inovação no basquetebol, (continuo a achar que somos o desporto por questões inerentes ao jogo propriamente dito, tacticamente mais complexo e evoluído o que se traduz na criação e exploração de diversas metodologias e estratégias de treino.) acho que o documento introduz alguns conceitos e terminologias curiosas sobre periodização, estrutura de treino e lógica de criação de exercícios que podem promover algumas reflexões interessantes.
Recomendo a leitura para posterior discussão, a revisão da literatura é interessante e muito bem escrita, as entrevistas e a proposta metodologica também.
Fica o espaço para o debate ao qual espero trazer também o autor da monografia, também ele jogador e treinador de basquetebol.

4 comentários:

Afonso Montenegro disse...

Foi com muito prazer que aceitei o desafio do Américo no sentido de discutir no seu fórum o tema da "Periodização Táctica". Embora o documento seja extenso penso ser essencial a sua leitura na íntegra, para quem nunca tenha tido contacto com a realidade aqui em causa. Isto no sentido de desmistificar algumas ideias generalizadas e clarificar várias dúvidas que possam existir. Se alguma metodologia de treino fosse claramente dominante não haveria discussão, apenas e somente existiria consagração e trabalharíamos todos da mesma forma. Esta é a minha proposta, com a qual trabalho há 3 anos, e na qual acredito. Estarei como é obvio disposto a tentar qualquer dúvida que possa surgir, sejam estas de opiniões convergentes ou divergentes, porque isso sim é que é discutir.

Afonso Montenegro

Anónimo disse...

2 questões ao Afonso e uma crítica:
-musculação nada?
-como defines neste teu conceito a chamada off-season?
Naõ me parece que no Basquetebol para jogarmos transiçõs rápidas seja necessário defender zona por três razões:
a) não há relação nenhuma com o espaço que existe no futebol, ou seja 16x28 m é completamente diferente de 100 por ...;
b)as zonas modernas são cada vez mais match-ups e existem variadissímas mudanças de posição;
c) podes realizar transições mt rápidas partindo de diferentes posiçõs no campo, tens é de as treinar;
d) as variadas posiçõs de onde partes são muito menores do que no futebol, pura e simplesmente não há possibilidade nenhuma de se fazer o transfer de uma modalidade para a outra.

Continuarei a ler, prometo que na 2ª leitura de forma ainda mais atenta.

Ps: Um dos autores de um dos livros sobre o tema disse-me um dia o seguinte:
"Dou-te um exemplo, no Chelsea o Makelele era fixado por musculação. O rui faria acompanhava sempre e a pouco e pouco foi conseguindo desmontar isso. Agora o Makelele só faz de vez em quando como complemento da força do tronco e braços.
Por outro lado temos de respeitar a especificidade de cada modalidade e o basket é diferente do futebol, tem caracteristicas muito próprias que eu, admito, não conheço aprofundadamente."
Se um futebolista precisa de reforçar tronco e braços como será com um basquetebolista?
Pata Negra

Anónimo disse...

Caro "Pata Negra"

1 - Relativamente à questão da musculação e entendendo que esta surge na ideia não de recuperação de uma lesão, mas sim de aumento da performance, queria começar por clarificar que esta temática foi alvo de inúmeras discussões ao longo da realização do trabalho. Existem concerteza algumas dúvidas, mas também algumas certezas na minha forma de perspectivar esta temática. Comecemos pelas dúvidas, trabalho extra de ginásio permite-te respeitar o binómio esforço-recuperação e ter a equipa num patamar de preparação óptimo para a competição? Trabalhas durante semanas na adaptação dos teus jogadores a uma determinada forma de jogar, com uma determinada solicitação Específica dos diversos grupos musculares (entre outras adaptações claro!), serão estas adaptações "desreguladas" com estímulos como um aparelho de ginásio (o músculo é muito mais um orgão sensitivo do que um orgão gerador de potênci) estaremos ou não a enganr o sistema nervoso central? O que o jogador irá ganhar com o aumento da massa muscular será mais ou menos do que o que vai perder com a alteração da história do seu corpo, do inúmero tempo de prática no seu "hardware" original? São perguntas ás quais tenho dificuldade em responder, até porque trabalho em formação e ainda não coloquei essa hipótese para o meu trabalho.
Mas também tenho algumas certezas (são minhas, por isso para outros poderão ser incertezas), entre as quais de que sou contra a alteração substancial e a padronização de morfótipos. Penso que cada jogador é um jogador, e em meu entender não existe um "corpo óptimo" para se atingir elevados patamares de rendimento. Embora não me custe reconhecer que para certas posições o morfótipo e claro a estatura possam ser importantes.
Deixo um link para um artigo que fala além de outras coisas sobre o Roger Federer e que aborda também esta temática.
http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=128&doc=9703&mid=2

Juntando a esta temática a questão do Makelele, deixo uma questão/provocação, tendo sido ele um jogador muito importante quer em Madrid, quer no Chelsea, penso que ele nunca se evidenciou pelo seu "porte". Era sim um jogador com um sentido posicional fora do normal que percebia o jogo como poucos, a par daquilo que fez, por exemplo, o Costinha no FCP. Estória engraçada, revelada pelo Professor Vítor Frade numa das inúmeras conversas que vamos tendo, em que ele afirmava que o Costinha muitas vezes sentia a necessidade de no final de sessão de treino correr 10/15 minutos à volta do relvado. Esta necessidade (componente física analítica), era também a do Makelele, a do Drogba, a do Ronaldo, entre outros. Se é uma necessidade, se é um hábito, se é realizada fora da sessão de treino sem decréscimo da performance então porque não?

Anónimo disse...

2 - Quanto à off-season em meu entender, e embora não tivesse abordado essa temática na realização do documento, penso que a exemplo do que afirmou um treinador da NBA: (não me recordo onde por isso não coloco o link) "No Verão prepara-se o jogador, no Inverno prepara-se a equipa". Acredito por isso que as suas preocupações de prendam com algumas questões de carácter fisiológico, mas acima de tudo com melhorias ao nível da forma de cada um jogar. Penso que, também por isso, sejam inúmeras as competições que decorrem durante a paragem do campeonato, além muito provavelmente de um acompanhamento personalizado de cada um dos atletas ao longo desse período.
No meu caso, dou sempre a indicação a todos os meus jogadores de 2/3 pontos em que penso que eles necessitam de melhorar, incentivando-os a vizualizarem jogadores que são o Top a realizarem o que pretendo que eles melhorem.

3- Já vai algo extenso e além disso a temática da defesa zona não é interdependente com a temática da periodização táctica. Podem existir muito bem uma sem a outra, é uma questão de percepçaõ do desporto em que estamos envolvidos, mas também certamente de crenças pessoais. Respeito muito opiniões divergentes, mas tenho a minha ideia e justifico-a. Talvez noutra temática que o Américo queira abrir.

Concluíndo, agradeço-te de teres lido o documento e se o vais ler 2ª vez ainda mais satisfeito fico. Estarei certamente aberto a discutir outras dúvidas, críticas e elogios que possam surgir.

Afonso Montenegro

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