domingo, 20 de dezembro de 2009

Leiam este texto, para mim notável, do Mário Crespo. Subscrevo por baixo.

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Periodização Táctica - Aplicação no Basquetebol

Infelizmente o tempo não tem sido muito, ou melhor nenhum, mas finalmente acrescentei um documento que queria à minha biblioteca, após confirmar a autorização do autor, o qual espero ter a dialogar neste post dentro em breve.
A monografia agora disponível para download, procura, entre outras coisas efectuar uma ligação entre a periodização táctica, (periodização essa trazida à ribalta pelo futebol, entre outros por José Mourinho) e o basquetebol.
Apesar de achar que a periodização táctica não é uma inovação no basquetebol, (continuo a achar que somos o desporto por questões inerentes ao jogo propriamente dito, tacticamente mais complexo e evoluído o que se traduz na criação e exploração de diversas metodologias e estratégias de treino.) acho que o documento introduz alguns conceitos e terminologias curiosas sobre periodização, estrutura de treino e lógica de criação de exercícios que podem promover algumas reflexões interessantes.
Recomendo a leitura para posterior discussão, a revisão da literatura é interessante e muito bem escrita, as entrevistas e a proposta metodologica também.
Fica o espaço para o debate ao qual espero trazer também o autor da monografia, também ele jogador e treinador de basquetebol.

domingo, 22 de novembro de 2009

Miguel Miranda - Está como o Vinho do Porto

Hoje estive a ver o Ovarense - Porto na Sportv2 (que pena não termos basquetebol em canal aberto..) e dei por muito bem empregue o meu tempo. Um jogo bem disputado, com um bom ritmo ofensivo e boas intensidades defensivas de ambas as equipas. Mas não foi por isso que vim aqui escrever hoje. Vim sim escrever sobre um jogador que me custou a saber apreciar mas que agora aprecio e admiro como a poucos. Estou a falar do Miguel Miranda, para mim o jogador português com a evolução mais continua e constante de sempre. Atributos físicos naturais (Exceptuando a altura) fracos para a modalidade, pouco explosivo, pouca coordenado, baixos índices de força, a nível técnico nunca foi um atleta de eleição, muito pelo contrário, é daqueles atletas que tem praticamente tudo para ter desistido cedo da modalidade, mas que pelo contrário, e nunca o vi trabalhar mas com certeza será assim, pegou em todas as suas dificuldades e fez delas forças, trabalhou todos os seus pontos fracos, fazendo ponto de honra de evoluir como jogador de um treino para o outro, de uma época para a outra. Este Miranda que vi hoje, parecia um jogador rápido, quando não o é, parecia quase um extremo tal a forma como estava decidido a atacar o jogo, a levar a equipa às costas, quando nunca foi esse o papel dele, em alturas passou como um base, defendeu sempre como um líder, orientou como um treinador, assumiu o jogo ofensivo como o americano. Este Miranda é um exemplo para todos os jovens que com muito trabalho podemos ultrapassar as nossas dificuldades, supera-las ou minora-las e compensa-las com outros pontos fortes que estão ao alcance de todos, muito espírito de trabalho, de sacrifício, de equipa, muita humildade, muita vontade.
Deu gosto de ver.

domingo, 15 de novembro de 2009

Treinador de Bancada Portugal 1 - Bosnia 0

Como disse na minha mensagem de apresentação, vou abordar aqui alguns temas actuais para além do basquetebol, e hoje apetece-me escrever um pouco sobre a selecção.
No dia que ouvi o Seleccionador Carlos Queirós a numa entrevista, deixar-se envolver pelos reporteres e sugerir (Isto após o sorteio em que nos calhou a Bosnia) que Portugal, estando no campeonato do Mundo, vai estar lá para ganhar, que a historia de Portugal quando em Campeonatos do Mundo é de sucesso, com optimos resultados, nessa altura pensei para mim mesmo, "Não vamos ao Mundial".
Como é que um treinador tão experiente como o Carlos Queirós comete um erro tão grave antes de uma fase de apuramento; falar de algo que ainda temos que conquistar como se quase fosse certo, é dar permissão aos atletas para o encararem como certo, para abordarem o jogo, no subconsciente deles com algum conforto, com alguma sobranceria. É dar um motivo ao sleccionador adversário para espicaçar os seus atletas "Olhem eles já nem pensam em nós, já vão ser campeões do mundo. Nós já nem contamos. VAMOS PROVAR-LHES O CONTRÁRIO! Algo do género.
A campanha de Portugal foi até agora no mínimo desastrosa. Um grupo extremamente acessivel, uma Dinamarca muito longe dos tempos de glória, uma Suécia desastrosa, uma Hungria que praticamente não sabe o que é futebol e depois paisagem. Apuramos não sabemos bem como, e de repente já estamos para campeões do mundo, sem ainda ter apurado...
Ontem, não vi jogadores com sobranceria, mas curiosamente ouvi comentadores com sobranceria. Para eles Portugal esteve a jogar sozinho, devia ter ganho por 3 dizia no fim o reporter, uma equipa muito acessivel, perdemos uma oportunidade de 3 ou 4. Não sei que jogo é que estiveram a ver sinceramente. Portugal teve em casa, 50% de posse de bola, algo que Portugal gosta de dominar, particamente o mesmo nº de remates, com a diferença que Portugal obteve um golo e a Bosnia só 3 bolas incriveis ao ferro. E o Queiroz ainda se veio queixar ao fim que podiam ter matado o jogo; quem? Só se forem eles!!!
Segundo os comentadores parecia que Portugal tem deslumbrado com o seu futebol esmagador, dominador e que se estava a encolher não se sabia bem porque.
A triste verdade é que Portugal neste momento é uma equipa banalissima, um guarda-redes demasiado fraco para ser verdade, (e ainda diziam mal do Ricardo) um defesa direito (e desculpem-me que esta vai ser polémica) com um intelecto abaixo de 0, Bosingwa, que apesar de todos os argumentos físicos a mim pessoalmente não me convence. Se trocarmos pelo Paulo Ferreira, ainda fica pior pois o Paulo do tempo do Mourinho já foi há quase 6 anos. O Miguel só lhe derem de beber ao intervalo porque ele claramente quer competir em estado de festa. Nos defesas centrais estamos bem servidos, Ricardo apesar de um furo abaixo em relação a passado recente continua a ser topo mundial, Bruno Alves idem e Pepe também. Na esquerda algo de inacreditável e que eu considero inaceitável numa selecção, a prestação do Duda foi ridicula em todos os jogos que participou. Que foram todos!!! Não há uma alternativa??? Ninguem? Nem uma adaptação? E o Pepe na esquerda? Adaptou-se a trinco, é rapido, se calhar na esquerda... Ou um Simão mesmo num esquema diferente (isto já é entrar noutros assuntos). A trinco, temos o Pepe, convence-me em jogos contra a França ou Alemanha, jogos em que tivermos que ser práticos, não é um jogador de transições e capacidade de criar jogo. Não temos ninguem que preencha aquele lugar? Precisavamos de um Paulo Sousa. Raul Meireles, sou um fã e acho que muita da fama que o Lucho levou e que vai estourar rapidamente ganhou-a graças a ele, mas na selecção ainda não convenceu e um fora de série de nível internacional não é de certeza. Deco, o melhor jogador da selecção, sem duvida que sempre que toca na bola ela brilha e a equipa joga. Simão, nunca me convenceu a não ser em jogos de formação, sempre que tem jogos internacionais não consegue jogar. Talvez recuado para defesa rende-se a extremo não tem capacidade internacional. Liedson, é bom, mas unico e ja longe do melhor e fico triste que não seja português. Ronaldo ainda não conseguiu jogar na selecção nem fazer esquecer FIGO, este ainda jogava. Se sai e entra o Nani ficamos a perder. O banco também não apresenta soluções. Tiago é banalissimo e também deve ao Petit grande parte da sua carreira. Moutinho é regular, Aquela invenção do Coentrão é grave.
Ou seja somos uma equipa banal, orientada por um Professor da táctica, fraquissimo na gestão do grupo, na psicologia e motivação, e principalmente comunicação com os media. Espero que mesmo assim tenham sucesso porque gosto muito de Portugal.
Já vai longo. Para 4ª feira espero que Portugal marque cedo num contra ataque, porque vai ser assim que vamos jogar, espero que os 3 jogadores que não vão poder jogar no nucleo central do meio campo realmente sejam sentidos.
Se não marcarmos acho que não vamos aguenta-los a 0 muito tempo e ai vai ser complicado. Espero que o GR não saia da baliza. E que o Duda me cale, mas acima de tudo espero que as pilhas do Deco estejam boas, porque é ele que nos faz funcionar. Mas já agora porque todos gostamos de palpites, acho que vamos à vida com 2-0. Espero sinceramente que não!!!

sábado, 14 de novembro de 2009

Basquetebol em Portugal? Passado, Presente e Futuro

Em debate num outro site surgiu a questão que um dos problemas do basquetebol português (sobre o feminino) era a limitação dos comunitários e estrangeiros à qual eu respondi o seguinte, aproveitando para trazer para aqui este tema, sobre o qual espero obter algumas opiniões.
"A questão para mim não é comunitárias nem estrangeiras nem nada disso. É muito simples. O basquetebol tem uma imagem miserável neste momento,e o feminino então nem se fala, não é atractivo para ninguém, logo não há patrocinadores a quererem investir em algo que não tem retorno. Resultado: Os clubes não têm dinheiro, alguns fecham portas, outros optam por descer de divisão, porque não comportam as despesas de competições superiores. Isto leva a coisas mais graves, ninguém vê no basquetebol a mínima hipótese de carreira, por isso não se vão estar a sacrificar e a abdicar de muita coisa; muitas vezes atrasar estudos para se dedicarem a 100% a algo que dificilmente dá retorno.
Por isso na realidade para mim a questão não é estrangeira, comunitária ou portuguesa. A questão é 1º a imagem do basquetebol em geral, há que a trabalhar e a melhorar, batemos no fundo.
Quem deve liderar este processo de re-estruturação, re-qualificação da imagem do BASQUETEBOL EM PORTUGAL? Na minha óptica a liderança deve ser efectuada pela instância máxima da modalidade. A FPB, deve ter uma estratégia que permita trabalhar a imagem do basquetebol e divulgar a modalidade. Nessa estratégia devem estar princípios directores, linhas orientadoras para associações e clubes, com o objectivo claro de melhorar a imagem do basquetebol e com isso conseguir paulatinamente mais atletas e adeptos para a modalidade, melhores estratégias de gestão a nível federativo e associativo, que permitam melhores acordos financeiros a todos, federação e associações e clubes.
2º Conquistada essa imagem; alterar a ideia cada vez mais latente, ou ainda sempre dominante que as unicas referencias para os clubes devem ser a equipa senior e os estrangeiros ou não da mesma.
Vamos dar mais importância aos campeonatos de formação. Não têm uma enorme componente social na comunidade onde se inserem, não introduzem valores nos jovens? Não divulgam as regiões, as cidades, os clubes? Não trazem orgulho a quem acompanha a equipa? Não trazem prazer a quem joga?
Enquanto a qualidade da GESTÃO do basquetebol em Portugal for tão fraca, quase que não temos hipótese de ter basquetebol sénior de qualidade, comprometendo em muito a qualidade da formação. Vamos GERIR melhor a imagem da nossa modalidade!!! E vamos GERAR (não mendigar) mais receitas para todos.
Ai poderemos começar a tornar mais atractivo para todaa as atletas a prática e o compromisso para com a modalidade."
Tendo como ponto de partida esta mensagem, queria que me deixassem a vossa opinião sobre o estado actual do basquetebol em Portugal. Para onde devemos caminhar e como? Espanha está aqui ao lado... Tão perto e tão longe....

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Como eu disse estou numa fase de aprendizagem de construção de Blogs e respectivos gadgets e brincadeiras em Html. Infelizmente o tempo não é muito para poder aprofundar rapidamente o tema pelo que isto por agora vai indo aos poucos. A poll teve problemas técnicos mas vou tentar repo-la quando encontrar um formato para o Blog que me agrade. Ainda ando a tentar alargar margens e dividir as colunas da melhor forma. Por isto tudo peço desculpa por alguma falta de organização ainda no Blog. De qualquer maneira como já soube que há pessoas que o andam a ler, ou melhor, a abrir, aqui deixo as minhas desculpas.

Voltando ao basquete por uns poucos minutos. Soube hoje de uma noticia que me deixou extremamente satisfeito. A equipa de Jun B do Penafiel conseguiu dar a volta a um resultado muito desfavorável (derrota por 16 pontos) contra a equipa do Académico, ganhando por 17 em casa e garantindo desde já a subida à 1ª divisão do escalão. Apesar de já não fazer parte da equipa técnica de treinadores do Clube de Basquetebol de Penafiel, os meus atletas e equipas ficam sempre comigo e fiquei muito contente ao saber que tinham conseguido o objectivo que tanto almejavam ao longo destes anos. Um passo muito importante para uma equipa que se dedica e tem muita paixão pela modalidade. Parabéns André. Continua o bom trabalho.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

BIBLIOTECA

Como certamente já repararam, no topo da página tenho a secção "Biblioteca" Secção essa em que irei colocar documentos de basquetebol, que vou recolhendo entre contactos e pesquisas. Vou coloca-los todos disponíveis para Download. Para já só fiz upload da minha monografia de fim de curso sobre Ressalto Ofensivo. Quem tiver pedidos ou ande à procura de alguma tema especifico pode deixar aqui em comentários e eu caso tenha logo faço upload.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Simplesmente Basquetebol - Apresentação Coach Santos

Sou treinador de basquetebol e um apaixonado da modalidade desde que me lembro. Quero continuar a sê-lo, agora de uma nova forma, com uma actualização a novas tecnologias e hábitos. Nunca tive um blogue, vamos ver como corre este. O tema principal será como tudo indicia, O Basquetebol. Que Basquetebol? Aquele que quisermos, o de rua, o de formação, o nacional, o internacional, o meu, o vosso. Espero que seja uma ferramenta futura de diálogo e exposição e troca de ideias.
Dia sim dia não... Porque nem sempre falarei de basquetebol; abrirei o blogue a temas actuais e a temas de interesse pessoal que ache por bem dar relevância num blogue deste género. Espero ter participação de amigos e conhecidos e que, se os temas se revelarem de interesse os debates comecem a ser frequentes e frutuosos.

Um abraço